No início de maio de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Moscou, atendendo a um convite do presidente russo Vladimir Putin. A visita, marcada para coincidir com as celebrações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, carrega um peso diplomático significativo. Em um mundo dividido pela guerra na Ucrânia, Lula busca posicionar o Brasil como um mediador neutro, capaz de aproximar partes em conflito e reforçar a influência do país no cenário global.

A agenda de Lula na Rússia é ambiciosa. Ele participa do desfile militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha, um evento boicotado por líderes ocidentais devido à invasão russa na Ucrânia. Além disso, reúne-se com Putin para discutir comércio bilateral, especialmente a importação de fertilizantes russos, essenciais para o agronegócio brasileiro, e a exportação de produtos como soja e carne. No ano passado, o comércio entre os dois países atingiu 12,4 bilhões de dólares, embora com déficit para o Brasil. Como presidente do Brics, Lula também pretende fortalecer o grupo, defendendo uma governança global mais inclusiva. No entanto, o cerne da visita é a proposta de mediação para a paz na Ucrânia. Lula insiste na criação de um “clube da paz”, reunindo nações como Brasil, China e Índia para facilitar o diálogo entre Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Ele propõe um cessar-fogo imediato e negociações que considerem os interesses de ambos os lados, uma ideia lançada em 2024 junto à China, mas que enfrenta resistências. A Ucrânia rejeita qualquer plano que legitime ganhos territoriais russos, e Zelensky criticou Lula por não consultar Kiev. O Ocidente, por sua vez, vê com desconfiança a presença do presidente brasileiro ao lado de Putin, acusado de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional. A recusa de Lula em visitar a Ucrânia, apesar de convites de Zelensky, intensifica o mal-estar. Nas redes sociais, a visita divide opiniões: há quem elogie a tentativa de diálogo, mas muitos condenam a proximidade com a Rússia em um momento delicado. A proposta de Lula, que inclui um referendo em áreas ocupadas, é considerada inviável por Kiev e seus aliados, que defendem a retirada total russa.

Apesar dos desafios, a iniciativa de Lula reflete a tradição diplomática brasileira de buscar soluções pacíficas e manter independência frente a grandes potências. A visita sinaliza que o Brasil não se alinha automaticamente aos Estados Unidos ou à Europa, priorizando laços com nações como Rússia e China. Contudo, o sucesso de sua mediação depende de superar a percepção de parcialidade e conquistar a confiança da Ucrânia e do Ocidente. A viagem de Lula à Rússia é um passo ousado, mas arriscado, em um tabuleiro geopolítico complexo. O Brasil pode emergir como uma voz relevante na busca pela paz, desde que consiga equilibrar sua ambição com a realidade do conflito.

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By rede33

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