Na manhã desta quinta-feira, 8 de maio de 2025, a Praça de São Pedro, no Vaticano, foi tomada por uma multidão de fiéis e curiosos que aguardavam a primeira aparição pública do novo líder da Igreja Católica, Papa Leão XIV. O cardeal americano Robert Francis Prevost, escolhido como o 267º pontífice, dirigiu-se ao povo com uma mensagem de esperança e unidade, marcando o início de seu papado em um momento de grande expectativa para os 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo.
O conclave, iniciado na quarta-feira, 7 de maio, reuniu 133 cardeais de 70 países na Capela Sistina, em um dos processos mais solenes e antigos da Igreja. Após a morte do Papa Francisco, em 21 de abril, o Colégio de Cardeais, notável por sua diversidade geográfica, enfrentou a responsabilidade de eleger um novo líder em meio a desafios globais, como a secularização, crises de confiança e a necessidade de renovação espiritual. Na quinta-feira, após menos de um dia de deliberações, a fumaça branca anunciou a eleição de Prevost, que surpreendeu por não estar entre os principais favoritos nas especulações iniciais. A escolha do nome Leão XIV evoca figuras históricas como Leão XIII, conhecido por sua abordagem conciliadora e engajamento social no final do século XIX. A multidão na Praça de São Pedro aguardava ansiosamente enquanto os rituais se desenrolavam. Após a eleição, Prevost entrou na chamada Sala das Lágrimas, onde vestiu as vestes papais pela primeira vez. Minutos depois, o cardeal diácono sênior apareceu na varanda da Basílica de São Pedro e proclamou “Habemus Papam”, desencadeando aplausos e celebrações. Em seu primeiro discurso, Leão XIV pediu união entre os fiéis e reforçou a missão da Igreja de promover a justiça e a compaixão em um mundo marcado por divisões.
O novo Papa, nascido nos Estados Unidos, traz uma perspectiva única como o primeiro pontífice americano em dois mil anos de história católica. Sua experiência como missionário no Peru e seu trabalho no Vaticano, alinhado à visão inclusiva de Francisco, sugerem um papado voltado para a continuidade de reformas e um foco especial nas questões sociais, especialmente nas Américas. Contudo, sua nacionalidade também levanta debates sobre como a Igreja lidará com as dinâmicas geopolíticas globais. Enquanto os fiéis celebram, analistas aguardam os próximos passos de Leão XIV, que assume a liderança em um momento crucial para a Igreja. Sua mensagem inicial, carregada de serenidade, indica um líder disposto a ouvir e dialogar, mas o caminho à frente promete desafios complexos.
Silvano Saldanha/JN LIBERTTI