ornais de todo o mundo repercutiram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida, anunciada por meio de uma carta direcionada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nas redes sociais, gerou forte impacto na imprensa internacional e uma resposta contundente do governo brasileiro.
A carta de Trump cita como justificativa o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, e ordens judiciais brasileiras contra apoiadores do ex-mandatário que residem nos Estados Unidos. O presidente norte-americano classificou as ações contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e sugeriu que a taxação seria uma resposta a um suposto déficit comercial com o Brasil. A imprensa global destacou a escalada de tensões entre os dois países, com análises que apontam para uma possível guerra comercial. O jornal The New York Times descreveu a situação como uma “guerra comercial repentina”, enquanto o The Washington Post classificou a medida como uma “forte escalada” na disputa diplomática envolvendo o julgamento de Bolsonaro. O britânico The Guardian alertou para os riscos de uma “estratégia comercial errática” de Trump, que poderia agravar a inflação nos Estados Unidos. Já o argentino Clarín enfatizou o “aumento drástico” das tarifas e o consequente agravamento do conflito bilateral, enquanto o alemão Deutsche Welle e o francês Le Monde destacaram o uso das tarifas como uma forma de apoio a Bolsonaro. O espanhol El País foi além, apontando que Trump também anunciou taxações a outros oito países, numa tentativa de pressioná-los a negociar antes do prazo estipulado.
Em resposta, Lula usou as redes sociais para rebater as alegações de Trump, classificando como “falsa” a justificativa do déficit comercial. O presidente brasileiro afirmou que a medida será enfrentada com base na Lei de Reciprocidade Econômica, destacando que a soberania e a defesa dos interesses do povo brasileiro são valores inegociáveis. “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de reciprocidade econômica”, declarou Lula, reforçando o compromisso com uma postura firme na relação com os Estados Unidos.
A imposição das tarifas e a resposta do governo brasileiro colocam em xeque as relações comerciais entre os dois países, com possíveis reflexos econômicos globais. A comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos, enquanto analistas preveem que a tensão pode impactar não apenas o comércio bilateral, mas também as dinâmicas políticas na América Latina e além.