Durante uma visita oficial a Pequim, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, revelou um forte interesse de empresas chinesas em participar do leilão do Túnel de Santos-Guarujá, um projeto inovador que promete ser o primeiro túnel submerso da América Latina. Acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua comitiva, o ministro destacou que as negociações com o setor empresarial chinês resultaram em compromissos significativos para o fortalecimento da infraestrutura brasileira.
O leilão do Túnel de Santos-Guarujá, cujo edital foi lançado em fevereiro, atraiu a atenção de grandes companhias chinesas especializadas em construção civil. Segundo Costa Filho, essas empresas planejam investir mais de R$ 6 bilhões no projeto, com a formação de consórcios prevista para os próximos 30 dias. Além disso, o ministro anunciou a assinatura de acordos que preveem cerca de R$ 5 bilhões em investimentos nos portos públicos brasileiros, consolidando a parceria entre os dois países. Outro destaque foi a cooperação firmada com a Universidade da Aviação Civil da China, que permitirá a troca de conhecimentos e avanços tecnológicos para aprimorar a gestão dos aeroportos brasileiros.
A ampliação das relações comerciais também reflete no setor aéreo. Desde 2024, voos diretos entre Brasil e China foram retomados pela Air China, e o ministro afirmou que há esforços para aumentar o número de rotas e passageiros, que atualmente é de cerca de 80 mil por ano. No campo industrial, negociações estão em curso para que a China adquira aviões da Embraer, reforçando a indústria aeronáutica brasileira. No setor portuário, onde 28% das exportações brasileiras têm a China como destino, a meta é otimizar a logística para impulsionar o agronegócio, a proteína animal e o minério de ferro.
A visita reforça o papel do Brasil como um polo de investimentos sustentáveis, com segurança jurídica e institucional. Para 2025, o ministro projeta um crescimento superior a 5% no setor portuário e 6% na aviação civil, números que devem gerar empregos e dinamizar a economia. Projetos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste e a Transnordestina também foram mencionados como parte de um plano logístico integrado, que visa reduzir custos e aumentar a competitividade das exportações brasileiras no mercado asiático.